Maternidades terão teste da orelhinha

Até o final deste mês as cinco maternidades da rede estadual de saúde terão implantado o programa de saúde auditiva que tem como uma das primeiras ações a realização do teste de emissões otoacústicas, popularmente conhecido como teste da orelhinha. A implantação do programa começou pela Maternidade de Referência Ana Braga, a maior da rede e onde são realizados todos os meses cerca de 750 partos. O primeiro teste foi realizado na manhã de ontem (10) em Marcos Vinícius Lopes Alfaia, de apenas dois dias. O resultado do exame mostrou que ele tem a audição perfeita.

A inauguração do serviço foi acompanhada pelo secretário estadual de saúde, Agnaldo Costa e pela primeira-dama e presidente do Conselho de Desenvolvimento Humano do Governo do Estado, Sandra Braga. O secretário afirmou que o exame amplia os serviços de assistência ao recém-nascido nas unidades estaduais que já oferecem teste do pezinho, vacinação e registro de nascimento antes da alta hospitalar.

Sandra Braga destacou que a implantação do teste auditivo é parte do conjunto de medidas previstas pelo Governo do Estado para promover a melhoria da qualidade de vida da população. “Com a implantação do exame auditivo nosso Governo dá um importante passo na área da saúde, especialmente na prevenção e identificação precoce de deficiências auditivas dos bebês”. Ela acrescentou que a implantação do exame na maternidade Ana Braga, e em seguida em outras quatro unidades, segue a orientação do governador Eduardo Braga de ampliar e oferecer cada vez mais serviços de qualidade na área de saúde.

A segunda maternidade a ter o teste da orelhinha será a Balbina Mestrinho. O serviço está programado para entrar em funcionamento na próxima segunda-feira.

O secretário Agnaldo Costa disse que o teste da orelhinha é simples, pode ser feito durante o sono e leva, em média, de cinco a 15 minutos. Um aparelho de emissões otoacústicas portátil será usado nas maternidades para a realização do teste, que será avaliado por um fonoaudiólogo. “Após o nascimento, o bebê será submetido ao exame e sairá da maternidade com o resultado. Se for identificado algum problema, ele será encaminhado para testes de confirmação”, explicou.

Segundo Agnaldo, o programa de saúde auditiva deve atingir 100% das crianças nascidas nas cinco maternidades estaduais – Ana Braga, Azilda Marreiro, Alvorada, Balbina Mestrinho e Nazira Daou. Em média, nascem dois mil bebês nessas unidades todos os meses.

O médico otorrinolaringologista Railson Farias, informa que a probabilidade de uma criança nascer com problemas de audição de 1 a 3 em 1 mil nascimentos. “Se houver fatores de risco como a ocorrência de sífilis, rubéola ou toxoplasmose durante a gravidez ou o uso de antibióticos após o nascimento, esse risco sobe para 3 a 9 casos por mil nascimentos”.

Segundo o especialista a maioria absoluta dos casos de surdez pode ser corrigida com o uso de aparelho (se a perda auditiva for parcial) ou com implante coclear (se a perda for total e não houver comprometimento congênito da cóclea, parte interna do ouvido que contém os terminais nervosos responsáveis pela audição). Ele disse que cerca de 50% das pessoas surdas foram expostas a um fator de risco, como doenças da mãe no período da gravidez. Os outros 50% nasceram com problemas genéticos.

O médico destaca que ouvir é fundamental para o desenvolvimento da fala. “Só fala quem ouve e os estímulos da voz começam bem antes da criança manifestar as primeiras palavras”. O desenvolvimento da audição começa aos cinco meses de gestação e vai até os seis meses de idade. “Esse período é importantíssimo e por isso os exames devem ser feitos logo após o nascimento”, disse. Sem audição e sem fala o desenvolvimento da cognição (raciocínio e interpretação, por exemplo) não se realiza.

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