MS e Susam definem novas ações para endemias
Participaram do evento, durante três dias, representantes do Ministério da Saúde e dos 62 municípios do interior, com objetivo avaliar o número de casos das duas doenças no Estado e traçar novas estratégias de controle envolvendo governo federal, estadual e municipal.
Uma série de ações foi aprovada durante o Seminário para garantir melhorias nos programas a partir de 2004. A diretora de Vigilância em Saúde, Rosemary Costa Pinto, disse que os primeiros passos acontecem já no início de janeiro, com uma reunião entre os secretários de saúde dos municípios do interior para detalhar as ações integradas de epidemiologia e assistência médica às vítimas de dengue e malária. “É a primeira vez que este tipo de proposta tem a participação de todo o interior do Estado, diz, acrescentando que no encontro serão definidas as competências de cada esfera, o fluxo de atendimento e o financiamento das ações.
Os municípios também passam a receber, a partir do ano que vem o pagamento normalizado dos agentes de saúde, com depósito direto do Ministério da Saúde em conta corrente do agente, como já acontece na capital. “Isso vai resolver os atrasos que de vez em quando ocorrem”, diz Rosemary. Quanto à forma de contrato dos agentes, que reivindicam maior estabilidade, a diretora diz que este assunto entra na pauta de discussões da Conferência Nacional de saúde que acontece durante a próxima semana em Brasília. “A preocupação é nacional, já que os agentes de endemias do Brasil inteiro têm apenas contrato temporário”.
No Seminário também ficou decidido que todo o pessoal que trabalha em Vigilância em Saúde no Estado será capacitado pelo programa Proformar, do Ministério da Saúde.
“O encontro foi positivo porque muitas dúvidas foram esclarecidas e os profissionais do interior puderam começar, de fato, a participar do planejamento de ações que serão desenvolvidas nos seus municípios, apontando falhas e pontos positivos que merecem atenção dentro de uma estrutura de estratégia integrada”, disse Rosemary.
Educação, controle de invasões e limpeza dos igarapés
Com relação às ações específicas de controle à malária, a secretária de saúde Leny Passos reivindicar do governo federal a liberação de recursos da ordem de R$ 4 milhões para o saneamento do igarapé da Ponte da Bolívia, desde o Nova Cidade até o Tarumã. Segundo a secretária, este igarapé é um grande criadouro, passando também por diversas áreas de invasão. Ela disse que as ações definidas para o controle da malária em áreas de invasão ganharam o apoio dos técnicos do Ministério da Saúde que, na tarde da última quinta-feira, percorreram diversas invasões e mostraram-se extremamente preocupados com o potencial de expansão da doença.
Para o combate à dengue, ficou acertado entre os profissionais da Susam e do MS que a promoção de educação em saúde será intensificada a partir do ano que vem. “Considerando que de 80% a 90% dos criadouros estão no ambiente doméstico, nossa maior força de combate está na própria população”, explica a Diretora de Vigilância em Saúde, Rosemary Costa Pinto. Além disso, a Susam deve assinar convênio com empresas do Distrito Industrial para o recolhimento de pneus velhos abandonados. Os pneus estão entre os locais preferidos para o desenvolvimento de larvas do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.
Os municípios considerados mais vulneráveis à dengue, como os localizados em área de fronteira, receberão acompanhamento sistemático dos técnicos da capital durante os meses de maior risco de transmissão da doença – entre novembro e maio.
Para o melhor diagnóstico e tratamento da dengue, a Susam também decidiu promover dois eventos logo no início do próximo ano. O primeiro é o simpósio Atualização em Dengue Clássica e Complicada, que acontece no dia 07 de janeiro, reunindo estudantes e profissionais de saúde da rede pública e privada. O outro evento é um treinamento específico para pediatras no manejo de dengue e febre hemorrágica de dengue, que será promovido em parceria com a Secretaria de Vigilância em Saúde do MS e Sociedade Brasileira de Pediatria.