Municípios fortalecem combate à desnutrição
Representantes de 40 municípios do Amazonas estão reunidos desde ontem (24) para discutir estratégias de fortalecimento da Política Nacional de Alimentação e Nutrição e definir ações pontuais voltadas para evitar ou reduzir a desnutrição, especialmente em crianças menores de cinco anos que vivem na capital e no interior do Estado.
As discussões acontecem na programação da primeira Oficina Estadual de Qualificação de Gestores Técnicos e Operacionais do estado do Amazonas, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (Susam), com apoio das secretarias municipais de saúde e Ministério da Saúde.
O evento será encerrado nesta sexta-feira, quando os gestores deverão ter traçado novas metas relacionadas à alimentação nutrição das populações de risco. A base das discussões está nos mais recentes estudos relacionados ao perfil nutricional das crianças brasileiras, que ainda apontam a desnutrição com um problema de saúde que atinge principalmente as populações da região Norte do país.
De acordo com a nutricionista Ester Mourão, coordenadora de Alimentação e Nutrição da Susam, os estados da região Norte são prioritários no combate à desnutrição, uma vez que superam os do Nordeste, até pouco tempo considerados os mais vulneráveis, no que diz respeito à insegurança alimentar e à prevalência de desnutrição.
Segundo a Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde, realizada em 2006 pelo Ministério da Saúde, a desnutrição, medida pelo déficit de crescimento, atinge, no país, 7% das crianças menores de cinco anos. Na região Norte, o índice é mais que o dobro, 15%. Especificamente no Amazonas, levantamento da Chamada Nutricional, promovida pela Susam, em parceria com os municípios, há dois anos, mostra que a desnutrição é de 8,5% em Manaus e de 15,8% no interior do Estado. Em relação à desnutrição aguda, avaliada pelo baixo peso para a estatura, a prevalência é de 4,6% na capital e de 3,5% no interior.
Com o objetivo de melhorar o perfil nutricional no Estado, Ester disse que os municípios assumiram uma série de responsabilidades para que a médio e longo prazo as prevalências de desnutrição sejam reduzidas, assim como as de obesidade, problema que está na outra ponta das preocupações das equipes estaduais, municipais e federal ligadas aos programas de alimentação e nutrição. Na média nacional, o excesso de peso atinge 7% das crianças menores de cinco anos. No Norte, são 6%.
“Estamos diante de desequilíbrios alimentares que envolvem deficiências na qualidade e na quantidade dos alimentos consumidos, além de questões culturais”, avalia a nutricionista. Ela cita a “monotonia alimentar”, ou seja, a falta de variedade dos alimentos consumidos, como um dos problemas que atinge a população do interior do Amazonas e também as populações indígenas, que habitualmente consomem peixe e farinha de mandioca e baixíssimas quantidades de legumes, frutas e verduras. Ela cita, ainda, o período reduzido de amamentação exclusiva das crianças amazonenses que reflete nas condições de saúde infantil.
Segundo Ester Mourão, dentre as ações municipais prioritárias estão a promoção de mecanismos para a consolidação do componente municipal do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), por meio do qual o perfil nutricional da população é monitorado, a identificação e a solução de problemas de risco nutricional individual ou coletivo, o levantamento de informações representativas do consumo alimentar e, ainda, o esclarecimento sobre práticas alimentares saudáveis por meio de diversos mecanismos, inclusive a escola.
Experiências exitosas, promovidas pelos municípios de Tabatinga e Jutaí, serão apresentadas nesta sexta-feira durante a Oficina.
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