Novo modelo de Assistência será construído em 2004
O coordenador do programa estadual de Saúde Mental, Rogelio Casado disse que o Amazonas está resgatando a luta iniciada nos anos 80 para tornar o tratamento psiquiátrico mais humano e que em 2004, o governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Susam), começa a colocar em prática o projeto de implantação da nova rede de atenção aos que apresentam sofrimento psíquico. “O orçamento da Saúde para o próximo ano contempla R$ 5 milhões que serão aplicados na construção do primeiro Centro de Atenção Psicossocial do Amazonas (CAPs)”. O Centro será construído, segundo o coordenador, na Zona Norte, área que concentra a mais incidência de pessoas com transtornos mentais.
Além deste, estão previstos para os próximos quatro anos, outros 19 Centros na capital e em 14 municípios do interior, com dimensões e características próprias para atender as demandas de cada local. “Além dos CAPs para atendimento geral, teremos Centros para o atendimento específico de grupos como as crianças e adolescentes e os dependentes de álcool de drogas”.
Rogelio acrescenta que, também em 2004, o Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro será reformulado para tornar-se um Centro de Reabilitação Psicossocial e não mais um local de internação de longa permanência. Rogelio diz que atualmente dos 140 pacientes internados, pelo menos 50 encontram-se no hospital há várias décadas. “Temos pacientes com 50 anos de Hospital”, lamenta.
A alternativa para estas pessoas, segundo o psiquiatra, será o serviço residencial terapêutico, que significa o retorno para o convício social por meio de uma mudança para residências próprias. A mudança será assistida por profissionais, que também farão o acompanhamento clínico dos pacientes. O treinamento das equipes técnicas que participarão deste processo será feito pelo Ministério da Saúde, que também irá capacitar durante o próximo ano os profissionais responsáveis pelo funcionamento dos CAPs.
A diretora do Centro Psiquiátrico Eduardo Ribeiro, Raimunda Gomes, afirmou que, atualmente, o hospital atende, mensalmente, no ambulatório, a 1,5 mil pessoas com algum grau de sofrimento psíquico, e 600 no pronto-atendimento. Em relação às internações, o hospital tem 42 pacientes permanentes e 58 considerados “flutuantes” – aqueles que precisam ser internados eventualmente.