OMS avalia programa de dengue do Amazonas

Membros da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) chegaram a Manaus nesta quinta-feira (27) para realizar uma das etapas da avaliação do Programa Nacional de Controle da Dengue do Brasil. O Amazonas é um dos seis estados escolhidos para o estudo que tem como objetivo verificar o desempenho e os componentes básicos do Programa, assim como a capacidade do país para responder às ameaças da doença. A propostas da Opas é fortalecer o programa brasileiro e incentivar a implementação de uma estratégia de gestão integrada para prevenir e controlar a dengue.

O acompanhamento dos técnicos está sendo feito pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa/Manaus). Até a tarde desta sexta-feira (28), a equipe fará visitas de campo para conhecer as ações de controle do mosquito Aedes aegypti desenvolvidas na capital – borrifações, visitas domiciliares, educação em saúde e mobilização social. O grupo também irá ao Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) e às unidades de referência para o atendimento de casos graves de dengue em crianças e adultos – Pronto Socorro Infantil Zona Sul e Fundação de Medicina Tropical, respectivamente.

Integram a equipe membros do grupo de trabalho técnico internacional da Opas/OMS (GT- Dengue Internacional) e profissionais do Ministério da Saúde. Além do Amazonas, participam do estudo São Paulo (Campinas), Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Brasília.

O diretor presidente da FVS, Evandro Melo, explica que, no Amazonas, o levantamento de informações está focado em Manaus, onde estão concentrados mais de 90% dos casos de dengue registrados no Estado, e que a avaliação vai abranger as áreas de vigilância epidemiológica, entomologia e controle do mosquito transmissor, laboratório, atenção ao paciente, comunicação social e gestão.

Segundo o diretor, a Opas informou que entre os objetivos do estudo nacional sobre a dengue estão a verificação da situação atual e dos últimos anos em relação a dengue clássica e hemorrágica, a capacidade de análise de informações, e o levantamento dos recursos e atividades de controle vetorial e melhoria do meio ambiente.
A Organização também pretende conhecer as estratégias brasileiras para evitar mortes por dengue, os recursos financeiros e humanos envolvidos na prevenção e controle da doença, e que ações são realizadas para aumentar a integração entre os diversos setores da sociedade e obter medidas de impacto pontual. “A finalidade é promover medidas de organização para melhorar o desempenho do programa, com ênfase em gerência e gestão, promoção da saúde, participação da comunidade e manejo ambiental no Brasil”, explica Evandro.

Operação Impacto será apresentada

O diretor presidente da FVS, Evandro Melo, disse que a Fundação apresentará aos técnicos da Opas o plano Operação Impacto para 2009, elaborado pelo Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Manaus para controlar a dengue nos meses de maior risco de transmissão – entre dezembro e maio. O plano já está em execução e conta com o apoio das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros e órgãos da indústria e do comércio.

A Operação prevê combate ao mosquito Aedes aegypti na fase larvária e adulta; recolhimento de lixo e entulhos; educação em saúde e mobilização da população; e controle de empreendimentos de risco. As ações irão abranger 111 mil imóveis localizados nas áreas de risco, onde residem ou trabalham 490 mil pessoas.

Em Manaus, de acordo com o Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), realizado entre 13 e 30 de outubro, há risco de transmissão de dengue em mais de 40 bairros onde há grande quantidade de lixo (garrafas, plásticos e latas, além de sucatas e entulhos de construção) e recipientes utilizados para armazenamento doméstico de água (tonéis, tambores, barris, filtros e potes), que facilitam o desenvolvimento de mosquitos.

De janeiro a outubro deste ano foram registrados 7.906 casos, sendo que 90% ocorreram somente entre janeiro e abril. As reduções foram significativas a partir de maio, quando houve 452 notificações. Em junho e julho foram menos de 150 casos por mês e em outubro houve apenas três casos confirmados, apontando redução de 90% em relação ao segundo semestre do ano passado.