Operação vai reduzir risco de malária

As zonas Leste, Norte e Oeste de Manaus serão o foco da Operação Carnaval que a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) começou a realizar na manhã desta quarta-feira (30). Diversas ações que visam reduzir os riscos de transmissão da malária, principalmente nas áreas peri-urbanas da capital, serão desenvolvidas ao longo desta semana e durante o carnaval.

A operação começou pelo Puraquequara, zona Leste, e será estendida por mais 46 bairros, onde serão realizadas ações de esclarecimento da população quanto a medidas de prevenção, aplicação de biolarvicida em 720 pontos considerados criadouros naturais ou artificiais do mosquito transmissor e aplicação de fumacê em áreas de maior risco de transmissão.

Os viajantes também serão abordados e esclarecidos sobre medidas de proteção ao se deslocarem para locais de risco como balneários, sítios, fazendas e espaços religiosos. Agentes de educação em Saúde da FVS estarão nos principais pontos de saída de Manaus – Balsa do São Raimundo, Marina do Davi, Rodoviária, BR 174, Porto do Ceasa e Porto de Manaus. O trabalho nestes locais será feito na próxima sexta-feira e no sábado.

Além de minimizar os riscos da malária, a FVS quer alertar também sobre a dengue, a febre amarela e sobre a violência no trânsito, considerada também um tema de saúde pública, que ganha relevância durante o carnaval e outras festividades.

O diretor presidente da FVS, Evandro Melo, explica que a ação deve reduzir os riscos de malária, mas não eliminá-los. “Vivemos em área endêmica e o risco sempre existirá. O que queremos é diminuir as chances de transmissão da doença durante este período”. Ele disse que o controle esperado só acontecerá com a colaboração da população. ‘

A orientação da FVS aos que se deslocarem para áreas mais afastadas da cidade é evitar se expor desde o anoitecer até o amanhecer e usar repelente. “Para os proprietários, o ideal é telar toda a casa”, explica o coordenador de Malária da Fundação, Romeo Fialho. Ele também orienta a população para buscar o diagnóstico rapidamente em caso de febre após visitas a áreas consideradas de risco. “Além dos SPAs e dos Pronto-Socorros, que fazem o teste para malária, teremos mais 14 unidades prontas para realizar o teste e fazer a entrega dos medicamentos durante os feriados do carnaval”.
Segundo Romeo, quando mais cedo o paciente começar o tratamento, menores são as chances de agravar a doença. A pessoa infectada também deixa de transmitir o plasmodium (agente que causa a malária) a mosquitos sadios, evitando novos ciclos de contaminação.

De acordo com o coordenador, os casos de malária costumam aumentar entre 10 e 15 dias após os feriados prolongados, por conta do deslocamento da população para áreas rurais e para os municípios do entorno de Manaus, onde os riscos de transmissão são maiores.

Para realizar as ações do carnaval, a FVS usará parte dos 100 mil litros de biolarvicida adquiridos pelo Governo do Amazonas e mobilizará uma equipe de 70 agentes. Os locais de aplicação do produto – um total de 720 – são tanques naturais e artificiais, represamentos, barragens, balneários e outras coleções de água já identificadas e mapeadas por GPS. AS ações de fumacê e educação em saúde irão mobilizar duas outras grandes equipes, montadas especialmente para o trabalho neste período.

Interior – Os municípios do entorno de Manaus, que costumam receber uma grande quantidade de pessoas durante o carnaval também estão mobilizados para reduzir os riscos de contaminação por malária. “As ações programadas são as mesmas da capital e serão executadas em parceria com as prefeituras”, esclarece o presidente da FVS, Evandro Melo. O objetivo é reforçar o bloqueio contra a doença e evitar que a população “leve” a malária de um lugar para o outro.

Segundo Evandro, o Amazonas fechou 2007 com 16 mil casos a menos que o esperado. A redução se deveu à intensificação das ações de controle principalmente em Manaus e nos 40 municípios que respondem por 94% do total de casos registrados no Estado.

Dezembro foi o mês com o menor número de casos dos últimos quatro anos (cerca de 9 mil). A expectativa da Fundação é de que em janeiro haja uma redução ainda maior. “Devemos fechar o mês com 1 mil casos a menos que o registrado em dezembro”, estima Evandro Melo.

Na capital, também haverá queda. Conforme estatísticas da FVS, devem ser registrados 2,4 mil casos neste mês, 800 a menos que o registrado em janeiro de 2007. “Estamos trabalhando para alcançar a meta de reduzir a malária de forma sistemática até alcançarmos os 70% de redução previstos para 2010”.

______________________________________
Assessoria de Comunicação da SUSAM
(92) 3643-6327