Parceria reforça controle da dengue

A Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) e o Sindicato das Indústrias da Construção Civil (SindusCon/AM) formalizaram parceria para controlar as condições de risco para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, nos canteiros de obras, em Manaus.

A primeira ação foi feita na obra de um prédio residencial, localizado na rua João Valério, na manhã desta segunda-feira (19), às 7 horas. Técnicos da FVS explicaram para cerca de 90 trabalhadores o processo de reprodução do mosquito e transmissão da dengue, e distribuíram um check list que deve ser observado periodicamente a fim de evitar situações de risco.

De acordo com o diretor presidente da FVS, Evandro Melo, com a parceria, as ações de vistoria e orientação, antes feitas por solicitação do próprio construtor ou via denúncia, serão ampliadas. A meta é atingir 100% dos empreendimentos na capital. “A partir de agora as construtoras passam a ser co-responsáveis pelo monitoramento destas áreas”, destaca o diretor. A ação trará reforço às vistorias de rotina nos chamados Pontos Estratégicos que, além dos empreendimentos, incluem locais como borracharias e ferros-velho.

O superintendente do Sinduscon/AM, Cláudio Guenka, destaca a importância do engajamento do setor de construção civil no trabalho de prevenção à dengue e diz que é interesse das construtoras participar de forma efetiva de ações que trarão benefícios para toda a população.

Segundo Evandro Melo, nos canteiros de obras localizados na área urbana normalmente são encontrados focos geradores do mosquito da dengue. Materiais utilizados na construção, se não tratados ou descartados, acumulam água e se tornam criadouros potenciais que contribuem para a manutenção do vetor da dengue no local e nas áreas próximas. O risco é agravado com a intensificação das chuvas.

O último Levantamento de Índice de Aedes aegypti (LIRAa), realizado no final do ano passado, mostra que em Manaus diversas áreas apresentaram índices de infestação considerados elevados. “Empreendimentos nesses locais potencializam o risco de aumento da população de mosquitos e o cuidado deve ser redobrado”, alerta Evandro Melo.

Todos os canteiros de obras visitados durante o levantamento dos dados apresentaram focos de larvas do Aedes. Os criadouros predominantes são entulho e lixo acumulado (copos descartáveis, garrafas PET, latas, potes entre outros); recipientes de armazenamento de água (tambores, baldes, caixa d’água sem tampa e ao nível do solo, cacimbas, poços, moldes para estrutura de concreto, caçapas de entulho; e ainda lajes e calhas.

Segundo Evandro Melo, a parceria com diversos segmentos é uma das estratégias da Operação Impacto contra a Dengue 2009. O plano foi elaborado pelo Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Manaus para controlar a dengue nos meses de maior risco de transmissão – entre dezembro e maio. O plano começou em novembro do ano passado e vai entrar na segunda fase de execução. Um novo levantamento do índice de infestação do Aedes aegypti acaba de ser concluído e servirá de base para o redirecionamento das ações de controle que contam também com o apoio das Forças Armadas, Corpo de Bombeiros e órgãos da indústria e do comércio.

A Operação deve atingir um total de 111 mil imóveis, localizados em áreas de risco. A meta é conter a dengue, mesmo em um cenário que favorece o aumento dos casos – no Estado circulam os três sorotipos da dengue e há risco de introdução do tipo 4, já em circulação na Venezuela e para o qual toda a população está suscetível. A preocupação extra é com o agravamento dos casos, que a FVS pretende evitar com capacitação das equipes de saúde para diagnóstico e tratamento precoces. Neste ano, até o momento, foram registrados apenas sete casos de dengue na capital.

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