Plano de desnutrição prevê ações integradas

O plano estadual de ações integradas para a redução da desnutrição infantil no Amazonas, elaborado por diversos setores do governo do Estado e prefeituras municipais, será implantado em 2008, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde, responsável pela coordenação do trabalho.

A versão preliminar do plano foi apresentada no encerramento do I Workshop de Segurança Alimentar e Nutricional do Amazonas, realizado no início da semana, em Manaus.

O evento contou com a participação dos ministérios da Saúde, do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), de representantes do governo estadual e prefeituras municipais, além de universidades locais e organizações de apoio à criança e ao adolescente. O objetivo foi conhecer os resultados da Chamada Nutricional, pesquisa que levantou o perfil de nutrição de crianças menores de cinco anos no Amazonas e discutir estratégias para evitar a desnutrição infantil nos 62 municípios do Estado.

As ações do plano estão focadas em cinco áreas prioritárias: monitoramento de saúde e nutrição infantil; criação de uma rede de atenção para identificação, tratamento e recuperação de crianças desnutridas; implantação de ações intersetoriais para promover a segurança alimentar e nutricional de famílias com crianças em risco nutricional; capacitação de recursos humanos para identificação, tratamento e recuperação de crianças desnutridas; e realização de pesquisas para monitorar a prevalência de desnutrição do Estado.

O secretário estadual de saúde, Wilson Alecrim, participou da elaboração do documento. Ele disse que a desnutrição, incluindo o baixo peso e o sobrepeso, é um problema de saúde pública, com causas que estão fora da sua área de competência.

“Não é uma questão que pode ser resolvida apenas pelo setor Saúde. Condições de saneamento básico, acesso a serviços públicos, emprego e renda, cultura e educação têm impacto direto nas condições de nutrição das populações”. Segundo ele, somente a promoção de ações estratégicas articuladas em todas essas áreas poderão apresentar resultados de curto, médio e longo prazo.

Os resultados da Chamada Nutricional mostraram que 8,5% das crianças avaliadas na capital e 15% das que vivem no interior têm déficit nutricional, com retardo no crescimento. A pesquisa avaliou 4.646 crianças em Manaus e 42 municípios do interior, durante o segundo semestre do ano passado. Segundo a coordenadora estadual de Alimentação e Nutrição, Ester Mourão, foram consideradas as relações estatura e idade, peso e idade, e peso e estatura.

Ester avalia que parte dos problemas de desnutrição e obesidade entre crianças no Amazonas decorre da ingestão errada de alimentos e da ‘monotonia alimentar, ou seja, da ingestão repetitiva de peixe e farinha, e do baixo consumo de frutas, verduras e outros complementos. O consumo restrito do cardápio gera deficiência de outros nutrientes como vitaminas e minerais.

A coordenadora diz que já estão definidas pelo plano as atribuições gerais de cada esfera do governo. “Do governo federal esperamos critérios diferenciados para os estados do Norte, incluindo metas, transferências financeiras, pesquisas e projetos”. Para as prefeituras municipais o plano pede prioridade absoluta na atenção à saúde da criança e da gestante, por meio de uma política integrada de garantia dos direitos da criança até os cinco anos.

Com as instituições parceiras, como Associação Amazonenses de Municípios e Conselhos Municipais de Saúde, ficou estabelecido o compromisso da articulação com prefeitos na divulgação, sensibilização e apoio dos gestores municipais nas estratégias de promoção da segurança alimentar e nutricional. Unicef e Pastoral da Criança devem apoiar as ações municipais de promoção à saúde e identificação de famílias em risco nutricional e social.

“Finalmente, das universidades públicas e privadas, Inpa, Sociedade Amazonense de Pediatria e outras instituições de ensino e pesquisa, esperamos a realização e apoio a estudos e pesquisas e capacitação de servidores públicos e parceiros na área de segurança na área de alimentação e nutrição” diz Ester.

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Assessoria de Comunicação
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