Profissionais do interior participam de videoconferência sobre megadose de Vitamina A

Profissionais de saúde de 48 municípios do Amazonas participam nesta quarta-feira (27), a partir das 14h, de um curso de capacitação à distância, sobre o “Protocolo de Aplicação da Megadose de Vitamina A”. Promovido pela Secretaria Estadual de Saúde (Susam), o curso utilizará o recurso de videoconferência e será realizado a partir de Manaus, na sala do Núcleo de Telessaúde da Universidade Estadual do Amazonas (UEA), que funciona na Escola Superior de Ciências da Saúde, no bairro da Cachoeirinha. De acordo com o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, a capacitação faz parte da estratégia de fortalecimento do Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, executado pelo Ministério da Saúde em parceria com Estados e Municípios.

A iniciativa de promover a capacitação foi do Programa de Educação em Saúde da Criança (PESC) e Área Técnica de Nutrição, da Susam. A proposta é que o curso alcance profissionais que atuam no programa Bolsa Família, em Unidades Básicas de Saúde e em Maternidades, de todos os 61 municípios do Estado. Em breve, uma segunda edição da videoconferência acontecerá no Centro de Mídias da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), para levar o tema aos municípios que não foram contemplados neste primeiro treinamento.

Wilson Alecrim destaca que o curso é muito oportuno, porque os municípios acabaram de passar por um período de troca de gestão e as equipes de saúde também são afetadas pelas mudanças. “A renovação entre os secretários municipais de saúde do Amazonas, que assumiram em janeiro deste ano, foi de 62%. É normal que haja troca de coordenadores de programas desenvolvidos pela pasta, mas o importante é assegurar a continuidade das ações e este curso procura dar uma contribuição nesse sentido”, disse o secretário.

A megadose de vitamina A passou a ser disponibilizada pelo Ministério da Saúde para municípios da região Norte a partir de agosto do ano passado, como parte das ações do Programa Brasil Carinhoso. A coordenadora estadual de Saúde da Criança, da Susam, Katherine Benevides, explica que as informações gerais do protocolo de utilização da megadose estão disponíveis no site do Programa Nacional de Suplementação da Vitamina A. Ela destaca, no entanto, que muitos municípios ainda convivem com a dificuldade de acesso à Internet e que a preocupação do PESC, com a realização das videoconferências, é facilitar o acesso dos profissionais de saúde às informações, reforçando, principalmente, os critérios para prescrição do suplemento.

O público-alvo da capacitação organizada pelo PESC são os coordenadores municipais de Saúde da Criança e das Ações de Nutrição e Alimentação; profissionais da Estratégia Saúde da Família, equipes que atuam nas salas de vacinação das unidades de saúde e nas maternidades. A maioria das unidades de saúde definiu que o acompanhamento do esquema de megadose da Vitamina A deve ocorrer na sala de vacinação, onde será feito o aprazamento das doses de reforço do suplemento.

Indicação – A megadose de vitamina A é direcionada para crianças de 6 meses a 5 anos. Essas crianças devem receber o suplemento vitamínico em duas doses anuais, uma a cada seis meses. As megadoses são apresentadas na forma de cápsulas gelatinosas, oferecidas na concentração de 100 mil UI (unidade internacional) para bebês de 6 a 11 meses e na concentração de 200 mil UI, para criança de 12 a 59 meses.

Nas maternidades, a megadose – na concentração de 200 mil UI – deve ser oferecida a toda puérpera no pós-parto imediato, antes da alta hospitalar. O objetivo é garantir os níveis de retinol da mãe e níveis adequados de vitamina A no leite materno, até que o bebê atinja os seis meses de idade.

A deficiência de vitamina A é a principal causa de cegueira evitável no mundo, estando também associada a 23% das mortes por diarreias, em crianças. O Programa Nacional de Suplementação da Vitamina A, do Ministério da Saúde, busca reduzir e erradicar a hipovitaminose A em crianças e puérperas, residentes em regiões consideradas de risco. O programa iniciou pela região Nordeste, Vale do Jequitinhonha (em Minas Gerais) e Vale do Ribeira (em São Paulo) e, no ano passado, foi estendido para a Região Norte do País.