Queda na taxa de moprtalidade materna

O Amazonas tem bons resultados na redução das taxas de mortalidade materna. No Estado, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) e Ministério da Saúde, as taxas diminuíram nos últimos dois anos. Em 2004, ocorreram 68,8 mortes maternas (por gravidez, aborto ou parto) a cada 100 mil nascidos vivos. No ano anterior foram 86,5. Também houve queda na mortalidade infantil (de crianças menores de 1 ano) e neonatal (de bebês até os 27 dias de vida). Nos últimos dois anos, conforme o Sistema Nacional de Nascidos Vivos, a redução de mortes neonatais foi de 12,5 para 10,3 em cada grupo de mil nascidos vivos. No mesmo período, a mortalidade infantil caiu no Amazonas de 21,3 para 18,4 em mil nascidos vivos.

Para o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, as reduções são resultado de ações desenvolvidas pelo Estado e pelos municípios voltadas para a oferta mais e melhores estruturas de atendimento e atenção mais humanizada para as grávidas e recém-nascidos. As metas definidas em parceria com o Ministério da Saúde são, segundo o secretário, reduzir os índices de morte de mães e bebês em 15% até o final de 2006 e em 75% até 2015 em todo o Brasil. Neste sábado (28/05), as metas serão relembradas durante o Dia Nacional de Combate à Mortalidade Materna.

As ações definidas pela Susam como prioritárias para reduzir ainda mais as mortalidades materna e neonatal vão da ampliação da capacidade de atendimento até o treinamento dos servidores, passando pela implantação de um sistema de vigilância e prevenção da gravidez na adolescência. Wilson Alecrim destaca que a melhoria nas taxas de mortalidade dependem não só do Estado, responsável pela oferta de serviços de média e alta complexidade, mas também de todas as prefeituras que devem realizar atenção básica, principalmente o pré-natal, educação em saúde e prevenção.

O secretário diz que a realização do pré-natal nas unidades básicas, com consultas regulares, é imprescindível. Estudos nacionais mostram que quanto maior o número de consultas menores as taxas de mortalidade. O Ideal, segundo a Organização Mundial de saúde, são seis consultas durante a gravidez. “Nestas visitas ao médico é feita a prevenção e a detecção precoce de problemas de saúde da mãe e do bebê, desde os mais simples até os que apresentam risco de morte”, assegura. Alecrim diz que é na atenção básica que 80% dos problemas relacionados à gravidez podem ser evitados ou diagnosticados precocemente e grande parte das complicações atendidas nas maternidades poderiam ser evitadas antes

ESTRUTURA DE SAÚDE ESTÁ SENDO AMPLIADA

O secretário de Saúde, Wilson Alecrim, contabiliza que nos últimos dois anos foram inaugurados 130 novos leitos em duas maternidades – Ana Braga e Azilda Marreiro – e realizados diversos treinamentos para os servidores das cinco maternidades estaduais, visando o incremento do atendimento humanizado. Ainda em 2005, os leitos serão ampliados com a reabertura da Maternidade estadual Alvorada, atualmente em reforma, e da nova Brigitta Daou, da rede municipal.

Alecrim ressalta que para cuidados especiais antes e após o parto o Estado criou mais sete leitos de UTI materna, 23 novos leitos de unidades neonatais de cuidados intermediários (UCI) e 15 leitos de UTI neonatal. Ele lembra que na capital também foi inaugurado o Banco de Leite Humano do Amazonas e que todas as maternidades estaduais foram adequadas para o credenciamento na Iniciativa Hospital Amigo da Criança. Além disso, o método Mãe Canguru, já adotado pela Secretaria, deve ser ampliado, assim como o programa “Primeira Semana: Saúde Integral”, onde são desenvolvidas seis ações básicas de cuidado ao recém-nascido e à mãe, dentre elas a aplicação de vacinas e o teste do pezinho.

De acordo com o secretário, no interior do Estado a atenção ao parto também foi ampliada em 14 unidades hospitalares com atendimento de referência materno-infantis. “Além disso estamos treinando parteiras para a melhoria da assistência ao parto domiciliar, já que no interior muitas mulheres ainda têm seus filhos em casa”, diz.

ABORTO E DSTS ENTRE AS CAUSAS DE MORTALIDADE

No Brasil, conforme dados do Ministério da Saúde, a cada 100 mil nascidos vivos, ocorrem 74,5 mortes de mulheres. No caso das crianças, a cada mil bebês que nascem no Brasil, 18,3 morrem nos primeiros 27 dias de vida. As principais causas de mortalidade materna, apontadas pela Susam, são a não realização do pré-natal, o aborto, a gravidez na adolescência e complicações de doenças sexualmente transmissíveis, além de complicações cardiovasculares, síndromes hemorrágicas e infecções pós-parto. Pesquisas nacionais demonstram que aproximadamente 10 mil mulheres estão expostas à gravidez indesejada. Somente no Sistema Único de Saúde são atendidas todos os anos cerca de 250 mil mulheres com complicações de aborto.

ESTADO ANTECIPA COMEMORAÇÃO AO DIA DE COMBATE ÀS MORTES MATERNAS

Antecipando a programação do Dia Mundial de Combate à Mortalidade Materna (28 de maio), a Secretaria de Estado da Saúde (Susam), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), realizou nesta quarta-feira exposições e atividades educativas na Casa de Saúde da Mulher, localizada no bairro Jorge Teixeira, zona Leste.

A programação contou com a participação do secretário estadual Wilson Alecrim e de diversos profissionais que atuam na unidade. A Casa integra a rede municipal de saúde e é referência para a atenção à saúde da mulher. No local, são feitos o pré-natal, o planejamento familiar e a prevenção contra o câncer de colo uterino e de mama. Diversas mulheres participaram o dia todo das palestras e das exposições. Em um dos stands foram expostos os diversos métodos anti-concepcionais, assim como os riscos da gravidez precoce e da infecção por doenças sexualmente transmissíveis.