Saúde do Amazonas registra avanços no Interior
O Governo do Amazonas é apontado como o estado que mais investe em saúde no país, com 23,8% do orçamento, em ações específicas do setor, segundo o Ministério da Saúde, e destaca avanços na capacidade de atendimento no interior. Investimentos em construção e reforma de unidades hospitalares, formação e qualificação de recursos humanos, implantação de sistemas de atendimentos especializados e ambulatoriais adequados à realidade geográfica da região e controle de endemias são as principais conquistas.
Segundo o secretário adjunto do interior, da secretaria de Estado da Saúde (Susam), Evandro Melo, o planejamento de saúde para interior segue o compromisso e orientação do governador Eduardo Braga de tornar os municípios do interior autossuficientes, capazes de atender as demandas ambulatorial, hospitalar e de exames especializados.
Segundo Melo, o investimento do governo segue uma linha evolutiva de dotação e capacitação do serviço, que iniciou em 2003 com a construção de hospitais em cidades que não possuíam tais unidades de saúde e reforma das já existentes; formação de profissionais de enfermagem, farmácia, odontologia e medicina, bem como capacitação de técnico em laboratório, radiologia e patologia, em ação integrada com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam); enfrentamento de endemias por meio de prevenção e promoção de campanhas; e estudo de sistemas de atendimento adequados às peculiariedades da região.
Capacidade Instalada
“Já entregamos 26 novas unidades hospitalares e ainda vamos entregar mais 11 unidades. Com isto, todos os municípios passam a ter unidades hospitalares apropriadas para o atendimento de casos de média e alta complexidade”, explica Melo. E acrescenta que a escassez do profissional de medicina ainda é um desafio a ser vencido. “Hoje já temos profissionais formados pela UEA para atender o interior em enfermagem, farmácia e odontologia, mas ainda temos poucos médicos dispostos a trabalhar no interior”, avalia Melo. Recentemente, de 59 vagas ofertadas para o interior por meio de processo seletivo simplificado, em nível nacional, foram preenchidas 47 vagas.
Para suprir a lacuna de profissionais especializados, desde 2003 o governo realiza ações itinerantes a exemplo das mais de duas mil cirurgias eletivas, ou seja, as que podem ser agendadas como retiradas de vesícula biliar, hérnia, útero, entre outras. Diante dessa realidade, o governo buscou alternativas para solucionar de maneira contínua e permanente o atendimento especializado nas unidades do interior, explica o secretário. “Teremos duas frentes de atendimento, ambulatorial e cirúrgico, com um calendário anual de trabalho em todo o interior”.
Serviços inovadores
O Interior passará a ter duas equipes formadas por várias especialidades, conforme a demanda de cada município, para realização de cirurgias pré-agendas pelas unidades instaladas; e ao mesmo tempo outras duas equipes para a realização do atendimento ambulatorial de consultas com especialistas. O serviço será contínuo.
Além do suporte na ampliação de atendimento com os serviços de Telemedicina, da UEA, onde exames como ultrassonografia e raio X são enviados via internet e os resultados são retransmitidos na hora; e o Telesaúde, em parceria com o governo federal, onde são realizadas consultas com especialistas via satélite.
Este ano, foi firmado um convênio com o Banco Mundial (BIRD), para a implantação de uma rede de saúde, em formato de consórcio, na mesorregião do Alto Solimões, que abrange os municípios de Benjamin Constant, Tabatinga, Atalaia do Norte, Jutaí, Fonte Boa, Tonantins, Santo Antonio do Içá, Amaturá e São Paulo de Olivença. A região foi identificada por ser área de fronteira, de difícil acesso e com população indígena. A aplicação do recurso da ordem de US$ 120 milhões será feita durante cinco anos, em infra-estrutura, equipamentos, capacitação profissional e serviços.
“As ações do governo, nesses seis anos, priorizaram a sedimentação do serviço de saúde no interior, apontando para um futuro de auto-suficiência no atendimento da população”, ressalta Melo.
Boxe 1
Combate à malária
O governo do Amazonas tem investido em estratégias inovadoras no combate a doenças como a malária, que nos últimos dois anos atingiu uma redução de 65.810 mil dos 150 mil previstos para serem reduzidos até 2010. De acordo com Evandro Melo, os recursos aplicados no programa de combate à malária são de R$ 26 milhões.
“A importância desta redução é garantir não só a manutenção da saúde, mas a qualidade de vida do cidadão, uma vez que ao adquirir a doença ele compromete o sustento da família, pois no mínimo passa 15 dias de licença médica”, disse Melo.
Ações intersetoriais como a utilização de mosquiteiros e telas de proteção impregnadas com inseticida, servem para proteção individual de pessoas que residem em áreas de alto risco. O instrumento já é utilizado em regiões da África com alta incidência de malária. Os mosquiteiros e telas são distribuídos gratuitamente pelo Governo do Estado e duram até cinco anos. A inclusão de um novo inseticida para borrifação intradomiciliar também é uma das estratégias adotadas.
A ampliação da rede de diagnóstico e tratamento na capital e no interior também fez parte das ações do Plano, com a instalação de mais 500 unidades, que facilitam o acesso da população ao exame para diagnóstico da doença. Além disso, toda a rede pública de saúde (municipal e estadual) está preparada para oferecer diagnóstico e tratamento da doença.
As ações também chegaram aos sete distritos indígenas do Estado, onde o governo criou 100 laboratórios para diagnóstico da doença, totalizando em todo o Amazonas, 1.200 laboratórios. Foram capacitados 80 índios para atuarem como microscopistas. “Agora, eles mesmo fazem diagnóstico e o tratamento na própria aldeia. Até 2010 pretendemos treinar mais 50 e implantar mais 50 laboratórios naquelas localidades”, completou o secretário.