Secretária verifica controle da malária em invasão

O objetivo da visita foi verificar o andamento das ações de combate à malária e avaliar a necessidade de utilizar novas estratégias para controlar a doença. “A situação é estável, mas precisamos nos antecipar a novas explosões da malária, principalmente nestas regiões onde a população facilita a reprodução do mosquito transmissor, com a derrubada da mata e criação de barragens nos igarapés”.

Dados da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) demonstram que cerca de 50% dos casos da doença no Amazonas estão em locais onde houve ocupação desordenada de terra e desmatamentos. A Zona Leste de Manaus é a que registra atualmente o maior índice de malária. Em 2003 foram notificados 20,5 mil casos, o que significa 31% do total de notificações da capital. Somente na região da Grande Vitória e comunidades vizinhas, onde vivem aproximadamente 16 mil pessoas, foram registrados 2,6 mil casos. A região responde por mais de 25% do total de registros da Zona Leste. Na Nova Vitória, invasão criada há apenas dois meses, a Susam já notificou 356 pessoas com malária.

Leny Passos disse que a Susam está presente nesta área com cerca de 80 soldados do Exército, além de equipes de agentes de endemias e de educação em saúde. “Estamos concentrando as ações de controle da doença com a intenção de conter a proliferação do mosquito transmissor e tratar precocemente as pessoas infectadas”. Ela acrescentou que o desmatamento de terra o assoreamento de lagos e igarapés oferecem as condições ideais para a expansão da malária, com riscos também para outras doenças como leishmaniose e febre amarela.
Durante a visita à Nova Vitória, a secretária ressaltou que a Susam está procurando estabelecer uma política eficaz de controle da malária e que pra isso, vem mantendo parcerias com o Exército e com instituições de saúde, terras e meio ambiente. “Precisamos atuar em conjunto porque a doença está associada a uma série de fatores ambientais e sociais”. Ela disse que desde o ano passado, o governo do Estado tem investido no combate à doença, utilizando todas as armas disponíveis para reverter a situação de epidemia, registrada na capital a partir de julho de 2002.

“No momento, além da vigilância com ações tradicionais de controle – fumacê, borrifação intradomiciliar, busca ativa de doentes e tratamento gratuito – a Susam está elaborando o georeferenciamento para melhor controle dos focos da doença”. Leny disse que, além disso, será lançada, até o final deste mês, uma campanha educativa para a prevenção de malária e que os principais locais de risco receberão grandes placas alertando moradores e visitantes a tomar as medidas preventivas contra a doença.

A secretária ressalta que as revisões das ações de campo são feitas rotineiramente, assim como a avaliação de dados que indicam a migração da doença em todos os Distritos de Manaus. “Programamos a aplicação de inseticida e biolarvicida de acordo com as tendências estatísticas da presença de mosquitos, larvas e pessoas doentes e mantemos permanentemente as ações em áreas de grande risco, respeitando os ciclos de aplicação do fumacê. Esperamos que neste ano a malária caia a patamares aceitáveis, o que significa menos de 2 mil casos por mês”.

Ainda ontem, no final da tarde, a secretária visitou também a área do Tarumã onde acompanhou a aplicação de fumacê nas Vivendas Verde e do Pontal.