Secretário pede engajamento da população para combater dengue
O secretário de estado da Saúde, Wilson Alecrim, reforçou na tarde desta quinta-feira (10) a importância do engajamento da população no combate ao mosquito transmissor da dengue. Em coletiva de Imprensa, o secretário recomendou que todas as medidas sejam tomadas para evitar as condições que favorecem a proliferação Aedes aegypti. A orientação é dirigida em especial aos nove municípios amazonenses que agora estão em situação de emergência em razão dos riscos de uma epidemia da doença.
Fazem parte do grupo Manaus, Humaitá, Nova Olinda do Norte, Barcelos, Lábrea, Tefé, Coari, Codajás e Itacoatiara. O decreto que define a situação de emergência nestas cidades, assinado pelo governador Omar Aziz, estabelece o prazo de 90 dias para que as administrações municipais, em articulação com a saúde estadual e outros órgãos de apoio, realizem as medidas de controle.
Ao mesmo tempo em que pediu maior compromisso da população para combater a dengue, o secretário Wilson Alecrim apresentou dados de notificação e confirmação de casos, atualizados nesta quarta-feira. Ele destacou que os nove municípios em situação de emergência respondem por 91,8% do total de notificações do Estado em 2011.
Além dos casos, a presença de mosquitos vetores nestes municípios indica, segundo o secretário, risco elevado de transmissão da doença. Neles, o índice de infestação é de 4%, o que representa quatro imóveis com a presença de criadouros de Aedes a cada grupo de 100 imóveis visitados. Índices a partir de 3% indicam alto risco de epidemia, segundo critérios adotados pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) em janeiro deste ano foram notificados no Amazonas 4.689 casos de dengue, dos quais 1.210 confirmados. Em janeiro do ano passado foram notificados 663 casos e confirmados 577. Em Manaus, em janeiro deste ano as notificações chegaram 3 mil, com 1.152 confirmações. No mesmo período de 2010 foram 92 notificações e 28 casos confirmados.
Depois da capital, os municípios com o maior número de casos notificados são Tefé, com 528 notificações, Lábrea (413), Coari (185) e Itacoatiara (108).
As mortes por dengue são outro fator de preocupação, informou Wilson Alecrim. Até o momento seis pessoas morreram em função da doença e três casos estão sengo investigados.
O Amazonas está incluído no grupo dos 16 estados brasileiros com maior risco de epidemia, segundo critérios do Ministério da Saúde. Entre os motivos está a vulnerabilidade da população principalmente aos sorotipos 1 e 3, com pouca circulação, a recente entrada do vírus tipo 4 na capital. Além disso, contribuem para os risco a presença do mosquito em 28 dos 62 municípios, e a alta mobilidade populacional.
Planos – Wilson Alecrim anunciou que os planos emergenciais para combater a dengue nesses municípios devem estar concluídos até sábado e que a limpeza será uma das mais importantes estratégias de combate ao mosquito. “Para evitar casos de dengue não existe nada mais importante do que reduzir a quantidade de Aedes”.
O secretário disse que os planos emergenciais elaborados pelos municípios devem atender à nova realidade epidemiológica. “Medidas de controle estão em execução desde outubro do ano passado, mas agora temos um novo cenário”.
As necessidades de pessoal, equipamentos e recursos financeiros serão apontadas pelos municípios, após a definição das estratégias de trabalho. Para atender as ações de emergência, o Governo do Estado deve solicitar aporte financeiro ao Ministério da Saúde.
Interiorização – Sete dos nove municípios que se encontram em estado de emergência já haviam sido considerados pela Susam de alto risco para uma epidemia e já haviam recebido orientações da Fundação de Vigilância em Saúde para adequação de seus planos de contingência.
Segundo o secretário Wilson Alecrim, outros sete municípios do interior do Amazonas também estão sendo monitorados com prioridade, apesar de apresentarem menor risco de transmissão da doença: Tabatinga, Boca do Acre, Novo Aripuanã, Borba, Manacapuru, Novo Airão e São Gabriel da Cachoeira. Nestes, foi observado aumento dos casos até o segundo semestre de 2010, porém com declínio no final do ano.
O secretário informa que a interiorização da dengue se intensificou em 2010, quando os municípios passaram a contribuir com 62% do total de casos do Estado. Em 2009, Manaus concentrava 80% do total de registros.