Seminário sobre violência aberto hoje

Gestores e profissionais de saúde querem incluir a prevenção à violência como um dos temas prioritários na agenda do Sistema Único de Saúde (SUS). Dados nacionais mostram que, em média, ocorrem todos os dias 250 mortes causadas por violência no país e que os gastos com atendimento das vítimas que sobrevivem a tentativas de homicídio e acidentes de trânsito, entre outras causas externas, giram em torno de R$ 3,8 bilhões.

Para discutir o assunto e elaborar um documento com propostas concretas de ação, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), vem promovendo seminários regionais, onde são expostas experiências bem sucedidas de prevenção à violência, promovida por estados, municípios e organizações não governamentais. A partir desta quinta-feira (14), a discussão será feita por gestores da Região Norte, durante o seminário Violência: Uma Epidemia Silenciosa. O evento, que vai até sexta-feira (15), acontece em Manaus, no auditório da reitoria da UEA.

A programação prevê a apresentação de um panorama da violência no país e seu impacto na saúde pública e uma mostra de 12 programas executados pelos estados do Amazonas, Acre, Rondônia, Amapá, Pará e Tocantins. Além das secretarias de Saúde participam do seminário o Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Unicef, universidades e outras instituições que atuam nos campos da saúde, educação, cidadania e segurança.

De acordo com o secretário de saúde do Amazonas, Wilson Alecrim, que também é vice-presidente do Conass, a questão da violência é delicada e exige a interlocução de diversos segmentos além da segurança e da saúde. “Entendemos que a maioria dos casos de violência não é fatalidade e por isso pode ser evitada”.

Alecrim destaca que as discussões atuais abrangem todas as categorias de violência – contra si mesmo, interpessoal e coletiva, de natureza física, psicológica ou sexual – e estão focadas principalmente nos fatores que desencadeiam as agressões. “Estamos avaliando, por exemplo, a relação dos homicídios, suicídios e acidentes de trânsito com o uso de drogas lícitas e ilícitas, e também os custos financeiros e sociais das mortes, da assistência à saúde e das seqüelas deixadas pela violência”.

Dados do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde mostram que a violência atinge principalmente adultos jovens (92% são homens), de 20 a 39 anos. Nesta faixa etária a taxa de homicídios, por exemplo, é de 47,9 casos por 100 mil habitantes, enquanto a taxa global no país é de 25,8 por 100 mil habitantes.

Em relação às mortes por acidente de trânsito, os homens representam 81,4% do total de vítimas e 45% têm entre 20 e 39 anos. “São pessoas em plena fase produtiva da vida”, destaca Alecrim.

Outro dado preocupante, de acordo com o secretário, é a taxa de mortalidade por agressões/homicídios entre os 15 e os 19 anos, superior a 38 casos por 100 mil habitantes.

Para o secretário, o Conass e as instituições parceiras reuniram dados importantes que, aliados a experiências que geraram bons resultados, servirão de base para a elaboração de estratégias de prevenção, assistência e reabilitação. “Queremos que a violência deixe de ser tratada apenas como um problema de polícia”, diz Alecrim.

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