Servidores têm treinamento com Médicos sem Fronteira

Médicos, enfermeiros e recepcionistas dos Serviços de Pronto Atendimento (SPAS), Prontos-Socorros e Fundações da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) participam nesta terça-feira (28) de um treinamento oferecido pela ONG Médicos Sem Fronteira para a abordagem de pacientes haitianos no Amazonas. A atividade será realizada no auditório da reitoria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), entre 9h e 12 horas.

De acordo com o secretário executivo de Assistência à Saúde o Interior da Susam, Evandro Melo, o treinamento tem como principal objetivo de discutir aspectos da cultura hatiana, para facilitar a recepção e o tratamento dos pacientes que buscam atendimento na rede estadual de saúde, principalmente em Tabatinga em Manaus, onde se encontra a maioria dos imigrantes. “Assim como buscamos conhecer o perfil epidemiológico, é importante compreender características da cultura que interferem na forma como o povo haitiano encara e compreende o processo de adoecimento”.

O secretário destaca que durante o encontro também será discutido o processo migratório da população haitiana e suas doenças emergentes, além da forma de inserção dessa população no Sistema Único de Saúde (SUS).

Também será abordada a assistência psicossocial aos imigrantes. “Em função da ruptura com as suas origens, dos traumas do terremoto e do próprio deslocamento para o Brasil, há muitos haitianos com transtornos mentais, que precisam ser assistidos”.

Segundo Evandro Melo, o atendimento dos imigrantes nas unidades do sistema público vem sendo feita sem qualquer restrição, bastando a apresentação de qualquer documento de identificação.

Além do atendimento oferecido aos que procuram as unidades de saúde, o Governo do Amazonas, está promovendo ações de diagnóstico e prevenção em sistema de mutirão. No último dia 10, por exemplo, a Susam, por meio das Fundações de Vigilância em Saúde (FVS), Medicina Tropcial (FMT) e Alfredo da Matta (Fuam), realizou levantamento das condições de saúde de mulheres haitianas albergadas na Obra São Francisco, para monitorar os riscos de transmissão de doenças e aplicar vacinas do calendário básico brasileiro.

Um plano estratégico para a assistência à saúde dos imigrantes foi elaborado pela Susam e encaminhado ao Ministério da Saúde. O documento aponta as ações de prevenção e controle de doenças, com foco especial naquelas de maior gravidade e prevalência entre a população haitiana – HIV/Aids, sífilis, hepatite B e C, tuberculose e hanseníase.

Para estes casos, está sendo usada a estratégia de busca ativa, com a realização de triagem sorológica e testes rápidos. Além disso, estão sendo distribuídos preservativos e hipoclorito de sódio, para purificação da água para consumo.

A Secretaria também deve monitorar, por meio das unidades de saúde, casos suspeitos de doenças como malária, filariose, doença de chagas e dengue, e de doenças que podem ser prevenidas por vacina, como tétano, febre amarela e caxumba.

Para facilitar o entendimento de como funcionam os serviços de saúde da rede pública, e sobre as principais doenças a que os haitianos estão vulneráveis, a Susam deverá distribuir uma cartilha ilustrada, em francês.

De acordo com levantamento do Governo do Estado, existem aproximadamente 4 mil haitianos em Manaus e 500 em Tabatinga.

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