Simpósio discute tuberculose no Amazonas
A tuberculose é uma das doenças infecciosas mais antigas, sendo documentada desde a antiguidade e que continua a afetar a população mundial nos dias atuais. Com o objetivo de discutir a situação do controle da tuberculose no Amazonas, a Fundação de Medicina Tropical “H. V. Dourado” (FMT/HVD-AM) promove o primeiro Simpósio Estadual de Tuberculose, nesta sexta-feira (19) e sábado (20), a partir das 8h, no auditório Luiz Montenegro.
De janeiro a outubro deste ano, foram notificados 1762 novos casos de tuberculose no Amazonas, segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. No mesmo período do ano passado o número foi de 1859. A leve queda no número de notificações não reflete uma real diminuição de casos, de acordo com a Coordenadora Estadual de Controle a Tuberculose, enfermeira Marlúcia Garrido. “O número ainda pode aumentar devido o atraso do repasse de informações de alguns municípios. Assumimos a coordenação do Programa em março de 2010 e ao avaliarmos o histórico da doença em nosso estado verificamos que, em geral, a situação é a mesma nos últimos 10 a15 anos”, afirma.
A tuberculose é uma infecção causada por um microorganismo chamado Mycobacterium tuberculosis, também conhecido como bacilo de Koch. A doença geralmente afeta os pulmões, mas pode também atingir outros órgãos do corpo, mesmo sem causar dano pulmonar.
Estima-se que um terço da população mundial esteja infectada com o bacilo da tuberculose. Entretanto, o desenvolvimento da doença é determinado pela condição social das pessoas. “O bacilo só se desenvolve em pessoas cuja imunidade esteja baixa, portanto condições de vida e hábitos alimentares influenciam nesse processo. As pessoas infectadas por HiV são ainda mais susceptíveis a desenvolver tuberculose. A tuberculose pulmonar afeta principalmente as classes economicamente desfavorecidas”, afirma Marlúcia.
Segundo a coordenadora, o diagnóstico tardio e o abandono do tratamento também são problemas que agravam a disseminação da doença. “Se a pessoa não procura um médico imediatamente, ela vai transmitir o bacilo até os primeiros quinze dias do início do tratamento, ou seja, quanto mais tempo demorar, maior o período de contaminação”, explica.
A tuberculose tem cura. O esquema básico de tratamento tem duração de seis meses, entretanto Marlúcia alerta a necessidade do cumprimento do esquema completo. “É um tratamento extenso, dividido em duas fases, mas que se não for concluído pode causar a resistência do organismo ao bacilo e a necessidade de tratamentos mais fortes, com medicamentos injetáveis e sem a garantia de cura”, alerta.
Simpósio
Durante o simpósio, os seis municípios prioritários no controle da Tuberculose no Amazonas, que são Manaus, São Gabriel da Cachoeira, Tabatinga, Tefé, Itacoatiara e Parintins, terão a oportunidade de apresentar o trabalho realizado em cada local. “O objetivo é socializar as ações desenvolvidas, fazendo um intercâmbio das ações para juntos elaborarmos novas metas e processos”, explica Marlúcia.
O simpósio também abordará informações sobre o diagnóstico da doença, novos esquemas de tratamento para tuberculose, apresentação de casos clínicos, pesquisas sobre tuberculose e prioridades de pesquisa no Amazonas.
O evento é destinado a profissionais da saúde e acadêmicos da área. As inscrições gratuitas são realizadas online no site www.fmt.am.gov.br.
Programação do evento:
19 de novembro
Manhã
08:00 a 08:30 Credenciamento
08:30 a 09:10 Abertura do evento
09:10 a 09:40 Prioridade de Controle da TB no Brasil – Dr. Fabio Moherdaui (PNCT)
09:40 a 10:05 Situação atual do Controle da Tuberculose no Amazonas Enf. Marlucia Garrido (PCT-AM)
10:05 a 10:20 Intervalo
Mesa redonda: O que os municípios prioritários estão fazendo para controlar a tuberculose
10:20 a 10:30 Municipio de São Gabriel da Cachoeira
10:30 a 10:40 Município de Tabatinga
10:40 a 10:50 Município de Manaus
10:50 a 11:00 Município de Tefé
11:00 a 11:10 Município de Itacoatiara
10:10 a 11:20 Município de Parintins
11:20 a 11:50 Experiência de Controle da Tuberculose no Municipio de Vitória – Dr. Reynaldo Dietze (UFES/Rede TB)
11:50 a 12:00 Perguntas / Discussão
Tarde
Mesa Redonda: Diagnóstico da Tuberculose
14: 00 a 14:20 Diagnostico clínico com ênfase na atenção básica – Dra. Leni Marreiro
14:20 a 14:40 Diagnóstico laboratorial – Dra. Etelvina Zaranza (LACEN)
14:40 a 15:00 Diagnóstico molecular – Dr. Milton Moraes
15:00 a 15:20 Novas tecnologias de diagnóstico – Dr. Reynaldo Dietze (UFES/Rede TB)
15:20 a 15:40 Diagnóstico da Tuberculose em PVHA – Dra. Lucilaide Santos
15:40 a 16:00 Intervalo
Mesa Redonda Diagnóstico Diferencial – Nem tudo é Tuberculose
16:00 a 16:30 Micoses X Tuberculose – Dr. Bodo Wanke
16:30 a 17:00 Pneumonias Bacterianas – Dr. Marcelo Cordeiro
20 de novembro
08:00 a 8:30 Novo Esquema de tratamento para tuberculose e TB resistente – Dra. Ninarosa
08:30 a 8:55 Efeito modulatório das coinfecçõees na resposta imune da tuberculose – Dr. Rodrigo Ribeiro Rodrigues ( UFES)
08:55 a 9:25 Apresentação de casos clínicos
– 08:55 a 9:05 Caso clínico 01 – Dr. Joao Hugo (residente infectologia)
– 09:10 a 9:25 Caso clínico 02 – Tuberculose cutânea – Dra. Carolina Talhari
09:30 a 9:45 Intervalo
Mesa Redonda – Pesquisas sobre Tuberculose no Amazonas Coordenador: Dra. Graça Barbosa Moderadores: Dr. Sinesio Talhari, Dr. Reynaldo Dietze, Dr. Rodrigo Rodrigues
09:40 a 09:55 INPA – Dra. Júlia Ignez Salem
09:55 a 10:50 UFAM – Dra. Jacirema Gonçalves
10:05 a 10:20 FMT-AM – Dra. Rossicléia Lins
10:20 a 10:35 FUNDO GLOBAL – Dra. Cristina Boareto
10:35 a 10:50 FIOCRUZ – Dra. Joycenea Matsuda
10:50 a 11:05 PNCT – Aluna Episus/Dr. Draurio Barreira
11:05 a 11:20 OPAS – Dr. Alfonso Tenório
11:20 a 11:40 Prioridades de Pesquisa no Amazonas – Dr. Odenildo Teixeira (FAPEAM)
11:40 a 12:00 Novas propostas, novos desafios – Dr. Sinésio Talhari
12:00 a 12:10 Encerramento
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