Susam afirma que não há casos de Mal da Vaca Louca no Amazonas

A Secretaria de Estado da Saúde (Susam) informa que apesar de ter sido notificada, nos últimos oito anos, de dois casos suspeitos de encefalite espongiforme, conhecida popularmente como Mal da Vaca Louca, nenhum dos pacientes teve diagnóstico confirmado da doença. Oficialmente não temos nenhum caso confirmado no Amazonas e não há motivo para alarde entre a população, afirma o secretário Wilson Alecrim.

O caso mais recente é o do paciente Antônio Costa Nunes, 78, que apresenta sintomatologia compatível com a doença. Ele foi inicialmente atendido pelo Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV) e atualmente recebe atendimento médico especializado em sua residência, através do programa Saúde em Casa, desenvolvido pela Susam. A Secretaria já notificou a suspeita junto ao Ministério da Saúde e as causas da doença continuam a ser investigadas.

O diretor presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS), infectologista Bernardino Albuquerque, esclarece que o exame confirmatório para o diagnóstico da encefalite espongiforme é baseado em estudo do cérebro do paciente e só pode ser feito após a morte. “No entanto, no Brasil, não temos registro da doença entre os animais, o que torna remota a possibilidade de contaminação, afirma.

Bernardino Albuquerque destaca que a forma de transmissão da doença ainda não está bem esclarecida na literatura médica mundial e que existem três formas descritas para a origem da doença. A primeira tem causa indeterminada e ocorre de forma esporádica, com probabilidade de afetar uma em milhão de pessoas. A segunda ocorre por herança genética. E a terceira é causada por infecção, através da ingestão de carnes contaminadas.

Ainda segundo o diretor, desde 1996 a Organização Mundial da Saúde (OMS) relacionou a ocorrência da doença com a ingestão de carne contaminada – pessoas que se alimentaram com a carne de animais portadores da doença acabaram adoecendo. “Não podemos transpor essa realidade para o Brasil porque aqui até o momento não há registro de animais contaminados com o Mal, destaca.

O diretor informa ainda que o caso notificado como suspeito em 2005 foi descartado, tendo diagnóstico confirmado de doença encefálica causada pelo vírus da raiva.