Susam e Exército assinam convênio para controle da malária

O acordo, que foi formalizado pela secretária Leny Passos e pelo comandante do CMA, general de Exército Cláudio Barbosa de Figueiredo, tem como foco principal o combate aos criadouros do mosquito transmissor da doença. As ações serão desenvolvidas por 120 militares nos principais pontos de risco para o desenvolvimento e proliferação do agente causador da malária nas zonas Norte, Oeste e Leste.

Durante a assinatura do convênio, o general Cláudio Barbosa destacou que o documento apenas formaliza uma parceria já existente entre o Exército e o Governo para o controle da malária. De acordo com o comandante, há cerca de 11 meses o CMA já vem atuando em conjunto com a Susam na eliminação de larvas do mosquito da malária, por meio da aplicação de biolarvicida em rios, igarapés, lagos e tanques de psicultura de Manaus. “Estamos envolvidos com este trabalho e agora passamos para uma etapa formal, que vai viabilizar necessidades como combustível e manutenção dos veículos utilizados nas ações”. Estão previstos recursos de R$ 464 mil, divididos em 12 parcelas de R$ 38,6 mil, que começam a ser liberadas a partir deste mês.

A secretária Leny Passos disse que a parceria vai garantir a sustentabilidade das ações de combate ao vetor na fase larvária, uma das etapas essenciais para o controle da malária. “O Exército é um grande parceiro e o trabalho conjunto de técnicos do Governo e do CMA já apresentou resultados concretos”, assegurou, citando a redução de 10% dos casos da doença em Manaus, durante o primeiro semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.

As ações de campo, que começaram a ser realizadas em julho do ano passado, estão concentradas em mais de 700 locais com presença de água parada ou com pontos de retenção. Estes locais, considerados propícios ao desenvolvimento de larvas, são visitados regularmente para aplicação de biolarvidica e controle dos resultados. O Exército utiliza nas ações de campo quatro caminhões e duas pick-ups. “Pelas distâncias entre cada local e pela necessidade de visitas semanais, cada veículo percorre cerca de 500 km por semana”, calcula o major José Mateus, responsável pela coordenação da equipe.

De acordo com Mateus a efetividade do biolarvicida tem sido de 100% após a aplicação. O efeito residual é de cerca de 20 dias no período das chuvas e de até 45 dias no verão. Ele diz que, em média, vem sendo utilizados 1 mil quilos de biolarvicida por mês.

Para facilitar o trabalho de combate às larvas e monitoramento dos criadouros, Mateus explica o Exército desenvolveu um projeto, chamado Pontos de Interesse Epidemiológico, que permite a criação de um banco de dados sobre as coleções hídricas de Manaus. “Já mapeamos 530 locais e a expectativa é chegarmos a 800”, diz Mateus. O mapeamento é feito por georeferenciamento (GPS) e o banco de dados reúne informações precisas como temperatura da água, Ph, características relacionadas a turbidez, matéria orgânica, sedimentos, tipo de utilização da água e características da população do local. “Esses dados facilitam o trabalho e podem ser utilizados para avaliação e controle de muitas outras doenças associadas ao meio ambiente”, diz.