Susam reforça estrutura para atender casos graves de dengue

O Governo do Amazonas ampliou os leitos para o atendimento específico de pacientes que precisam de internação por apresentar sinais de dengue grave. Na Fundação Hospital Adriano Jorge, na Cachoeirinha, zona Sul de Manaus, 40 novos leitos já estão operando para dar suporte às unidades que prestam atendimento ambulatorial na rede estadual e municipal de saúde.

Outros 10 leitos de pediatria serão criados até a próxima semana no Pronto Socorro da Criança Zona Sul, unidade de referência para assistência à dengue grave na infância. Além desses, mais 18 leitos foram criados nos Serviços de Pronto Atendimento.

O secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, informa que a ampliação de leitos é uma das ações do novo plano de controle e prevenção criado para o enfrentamento da dengue em Manaus e nos oito municípios do interior que estão em situação de emergência por causa da dengue. “O reforço na assistência é um dos focos de atuação do Governo do Amazonas para reduzir os riscos de complicação e o agravamento dos casos.”

De acordo com o secretário, outras medidas foram adotadas para garantir o atendimento que chegou a aumentar até 50% em unidades como os Serviços de Pronto Atendimento (SPAs). Algumas delas, como o SPA Eliameme Mady, no Galiléia, recebem atualmente cerca mil pacientes por dia com doenças febris. Por isso, foram contratados mais mil plantões médicos por mês e as equipes ganharam reforço de enfermagem. A capacidade de exames laboratoriais também foi aumentada para oferecer 22 mil exames a mais, apenas na rede estadual.

Na rede municipal, nove centros de saúde já estão funcionando com horário estendido até as 22 horas. A coleta de sangue para testes que auxiliam no diagnóstico, antes realizada pela manhã, agora é feita até o horário de fechamento das unidades. Para o processamento dos exames os Laboratórios Distritais das zonas Norte e Leste também tiveram o horário de funcionamento ampliado.

Prioridade – Nas unidades de urgência, nas quais estão incluídos os SPAs e os pronto-socorros, o atendimento está sendo feito por classificação de risco. “Os pacientes mais graves têm prioridade”, explica o secretário. Para evitar um longo tempo de espera por atendimento, ele orienta os pacientes com sintomas leves a procurar, preferencialmente, o centro de saúde ou a unidade da Estratégia Saúde da Família mais próxima de sua casa. “Isso evita superlotação nas unidades de média e alta complexidade, que são os SPAs, os pronto-socorros e a Fundação de Medicina Tropical (FMT).

Wilson Alecrim destaca que 98% dos pacientes com dengue apresentam apenas os sintomas clássicos e evoluem para a cura, sem qualquer complicação. Os outros 2% podem ter o quadro de saúde agravado e precisar de assistência hospitalar, inclusive em Unidade de Terapia Intensiva.

Ele reforça que o diagnóstico para dengue é feito clinicamente, com o apoio, se necessário, de exames simples, como o hemograma, conforme estabelecem os protocolos de assistência adotados no mundo inteiro.

Exames específicos para identificação do vírus são feitos por amostragem, de acordo com o secretário. Os tipos de vírus em circulação e os locais de incidência da doença direcionam as ações de controle e prevenção adotadas pelas autoridades de saúde. Mas não mudam em nada a conduta médica, já que ainda não existe remédio para tratar a dengue, assim como não há vacina disponível. “O tratamento é para conter apenas os sintomas, diferentemente de outras doenças, como a malária, para as quais existe medicamento”.
Eliminar locais e ambientes que permitam a reprodução do Aedes aegypti é, de acordo com o secretário Wilson Alecrim, a única forma de se prevenir contra a doença. “Quanto mais mosquitos, mais doentes”, alerta.

Especialista recomenda líquido, repouso
e atenção aos sinais de alerta

O médico infectologista Antônio Magela, da Fundação de Medicina Tropical, lembra que o primeiro atendimento ao paciente com suspeita de dengue deve ser feito pelos centros de saúde municipais.

Na fase inicial da doença, quando não há nenhum sinal de gravidade, o tratamento é feito apenas com remédios para conter os sintomas, sendo os mais comuns a dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações e febre. O paciente pode seguir o tratamento em casa, onde deve repousar durante pelo menos cinco dias e tomar bastante líquido. “São 60 ml de água para cada quilo de peso”, explica o médico. Isso significa que uma pessoa que pesa 70 quilos deve beber, no mínimo, 4,2 litros de água por dia. Antônio Magela explica que o líquido é importante para evitar um dos sintomas mais graves da dengue – a queda de pressão.

Outra medida fundamental é o acompanhamento sistemático do quadro de saúde. “Ao primeiro sinal de alerta, o paciente deve voltar imediatamente à unidade de saúde para ser reavaliado e, se for o caso, encaminhado a uma unidade de referência, onde vai receber a assistência necessária e permanecer internado, se necessário”, diz Magela.

Os sinais de alerta surgem normalmente após o desaparecimento da febre, quando o paciente acha que está recuperado. Os principais sinais são dor abdominal, vômito, sangramentos, desmaios, agitação, muito cansaço, falta de ar, diminuição da quantidade de urina e queda de pressão. Se for criança, os sinais ainda podem ser de choro persistente, sonolência e irritabilidade.

Mais de 100 mil folhetos de leitura rápida, com estas informações, estão sendo distribuídos nas unidades de saúde. O folheto complementa o Cartão da Dengue, que também traz orientações ao paciente com suspeita da doença.

Antônio Magela explica que o agravamento dos sintomas depende muito dos cuidados que se tem, principalmente com repouso e hidratação, e da reação de cada organismo ao vírus. Geralmente os casos graves acontecem com pessoas que já tiveram dengue antes. “Trata-se de uma reação particular, de cada um, ao contato com o vírus”.

A doença traz imunidade. Quem teve dengue por um sorotipo, não terá novamente. “No entanto, temos quatro vírus circulando, o que aumenta a probabilidade das pessoas terem dengue e de terem a doença mais de uma vez”, explica.

SINAIS E SINTOMAS DA DENGUE

Clássica
Febre alta com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas.
Grave
Dor abdominal, vômito, sangramentos, desmaios, agitação, muito cansaço, falta de ar, diminuição da quantidade de urina e queda de pressão.

UNIDADES PARA ATENDIMENTO

Se o paciente não tem sinais de gravidade
Unidade básica de saúde mais próxima de casa

Unidades básicas que funcionam até as 22 horas

UBS Armando Mendes – Conjunto Manôa, zona Norte
UBS Dr. José Rayol dos Santos – Flores, zona Centro-Oeste
UBS Dr. Luiz Montenegro – Lírio do Vale, zona Oeste
UBS Deodato de Miranda Leão – Glória, zona Oeste
UBS Maria Leonor Brilhante – Tancredo Neves, zona Leste
UBS Vicente Pallotti – Praça 14, zona Sul
Unidade Dr. Alfredo Campos – Zumbi, zona Leste
Policlínica Ivone Lima – Coroado III, zona Leste
Policlínica Antônio Reis – São Lázaro, zona Sul

Se o paciente tem sinais de gravidade
Serviço de Pronto Atendimento (SPA) ou Pronto socorro mais próximo de casa

Serviços de Pronto-Atendimento (SPAs) – Funcionamento 24 horas
SPA Alvorada – Alvorada 1, zona Oeste
SPA Coroado – Coroado, zona Leste
SPA Zona Sul – Colônia Oliveira Machado, zona Sul
SPA Joventina Dias – Compensa II, zona Oeste
SPA Eliameme Mady (Zona Norte) – Monte das Oliveiras, zona Norte
SPA São Raimundo – São Raimundo, zona Sul
SPA José Lins (Redenção) – Redenção, zona Oeste
SPA Danilo Corrêa – Cidade Nova I, zona Norte

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Andréa Arruda