Tecnologia facilita identificação de risco de dengue
Com uso de aparelhos de celular dotados de um aplicativo especial que permite a transmissão de dados em tempo real via internet, a Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) conseguiu acelerar o mapeamento dos focos do mosquito da dengue (Aedes Aegypti) em Manaus, reduzindo o período de conclusão do processo de três meses para apenas duas semanas. A tecnologia foi uma das experiências com aplicação social criadas pelo Instituto Nokia de Tecnologia (INdt) apresentadas, nesta sexta-feira (25), no Workshop de Avaliação do Uso de Tecnologias Nokia para Ações Sociais.
O evento, realizado na Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST-UEA), na avenida Darcy Vargas, nº 1.200, Parque 10, zona centro-sul, discutiu as possibilidades de utilização das diferentes tecnologias em outras ações de governo no Estado.
A agente de endemias da FVS, Rosemeire Costa, disse que a rapidez na identificação das áreas de maior risco de endemia deu agilidade nas ações de controle do vetor, inibindo a proliferação da dengue na capital. Todos os agentes da FVS que trabalham nos bairros de Manaus para o levantamento do índice de infestação pelo mosquito da dengue já usam o mecanismo, que substituiu os formulários de papel. Atualmente, são utilizados 50 aparelhos celulares equipados com a tecnologia.
De acordo com Rosemeire Costa, a informação coletada no campo é enviada diretamente para o banco de dados da Fundação. A utilização do aplicativo é resultado de um projeto envolvendo a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia (Sect) e o Instituto Nokia de Tecnologia (INdt), responsável pelo desenvolvimento do aplicativo.
Nas unidades de saúde da capital, a notificação dos casos de dengue registrados e confirmados e o monitoramento das situações mais graves também passaram a ser feitas com o uso do aplicativo. “Nós monitoramos mais de perto esses casos graves, providenciamos uma assistência aos pacientes de forma mais rápida e adequada e, com isso, reduzimos a zero o número de óbitos a partir do uso da tecnologia”, explicou a epidemiologista.
“Basicamente essa solução coleta dados e tabula de uma forma rápida, ágil e de fácil manuseio. Atualmente, mais de cem instituições no mundo inteiro utilizam a solução”, disse o gerente de controladoria da Nokia, Felipe Cunha. No exterior, segundo o gerente, a ferramenta é empregada na coleta de informações sobre doenças endêmicas como malária e em outras ações como o registro de nascimento, o monitoramento da produção agrícola e da qualidade da água.
De acordo com o secretário estadual de Ciência e Tecnologia, Odenildo Sena, o projeto é bem avaliado e a próxima etapa é estender o uso do aplicativo pelos agentes no interior do Estado, integrando municípios como Iranduba, Novo Airão, Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo. “Quanto mais rápido você tiver a informação nas mãos, mais rapidamente os gestores podem tomar iniciativa de controle, o que é um benefício enorme para a população”.