Testagem pioneira para HIV
A inauguração do serviço aconteceu ontem (17/11) na Fundação de Medicina Tropical, com a presença da secretária de Saúde, Leny Passos e do diretor da unidade, Sinésio Talhari.
Ainda em Manaus, o teste está sendo ofereceido no Centro de Testagem e Aconselhamento (CAT) da Fundação Alfredo da Matta. Os demais municípios contemplados são Manaus, Manacapuru, Parintins, Tabatinga, Itacoatiara, Tefé, São Gabriel da Cachoeira, Coari, Lábrea, Eirunepé, Benjamin Constant e São Paulo de Olivença, escolhidos por sua localização estratégica.
Cerca de três mil testes foram disponibilizados pelo Ministério da Saúde, para a primeira fase do programa, até o final deste ano. “Iremos avaliar a demanda e redimensionar as quantidades para atender em 100% as pessoas que precisarem do teste, especialmente as grávidas, para evitar a transmissão vertical do vírus.
Os resultados saem em cerca de 30 minutos. São realizados até três testes para confirmar o resultado, caso o teste inicial tenha dado positivo.
A reunião para implantação do teste no Estado foi feita no mês de setembro, quando técnicos de todos os municípios envolvidos foram treinados para as ações de aconselhamento, que devem ser realizadas antes do teste e para os procedimentos envolvidos no teste e na divulgação do diagnóstico.
De acordo com a secretária estadual de saúde, Leny Passos, o teste rápido já é oferecido nas maternidades do Estado para todas as grávidas que não realizaram o exame durante o pré-natal. “Agora estamos ampliando o acesso ao teste, priorizando os municípios que podem atender sua própria população e a de municípios adjacentes”. Ela destaca que a iniciativa vai permitir que o tratamento se inicie mais rápido, evitando novas cadeias de transmissão do vírus.
O coordenador adjunto do Programa Nacional de DST/Aids, Ricardo Pio Marins, anunciou a liberação inicial três mil testes par ao Amazonas. “Vamos avaliar a receptividade e a demanda nesta primeira etapa e posteriormente disponibilizar os kits de acordo com as necessidades específicas de cada local”. Segundo Ricardo, a rede de diagnóstico rápido está sendo implantada primeiramente no Amazonas pelas peculiaridades regionais. “O Estado tem reivindicado políticas diferenciadas e o Ministério está respondendo a essas demandas, dentro do possível”.
O coordenador destacou que além dos testes rápidos os municípios farão o trabalho de aconselhamento das pessoas que procurarem o serviço, independente do resultado do teste. “Se as pessoas estão com dúvidas, precisam ser esclarecidas a respeito das medidas de prevenção”.
A coordenador estadual de DST/Aids, Leila Ferreira explica que o teste rápido é mais caro que o Elisa, também utilizado para a triagem inicial dos pacientes. Cada kit com 100 testes custa cerca de R$ 1,3 mil. “No entanto, consideramos que o investimento é necessário e que os resultados em relação ao diagnóstico precoce serão excelentes”. Se o resultado for positivo, os serviços de atenção especializada farão o acompanhamento do paciente.
Leila também destaca que a partir da descentralização, a Susam poderá ter um diagnóstico mais claro da situação do HIV/Aids no Estado. Ela diz que no Amazonas existem 2.220 casos registrados, desde o início das notificações, em 1986. A maioria (89%) dos casos está concentrada em Manaus. As mulheres, segundo as estatísticas, já estão sendo contaminadas na relação de uma para cada dois homens e, no geral, a faixa etária mais atingida é a que vai dos 20 aos 39 anos. Em 36 municípios amazonenses já houve a notificação de pelo menos um caso. De 1986 até agora a média de óbitos foi de 38,6%. Atualmente se encontram em tratamento e acompanhamento pelas coordenações estadual e municipal de DST/Aids e pelo Serviço de Assistência Especializada, da Fundação de Medicina Tropical, 1.291 portadores de HIV/Aids.