Teste Rápido é tema de workshop promovido pela FMT

A viabilidade econômica de adoção, pelo sistema público de saúde brasileiro, de um “Teste Rápido” para identificação da enzina G6PD em pacientes com diagnóstico da Malária, será tema de um workshop promovido nesta terça e quarta-feira (22 e 23) pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT/HVD), órgão do Governo do Estado. O evento, realizado em parceria com a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e Universidade de Brasília (UnB), começa às 15h, na Sala de Aula da Gerência de Entomologia. A diretora-presidente da FMT, Graça Alecrim, destaca a importância do tema, afirmando que o principal objetivo do estudo é contribuir para uma maior eficácia no tratamento da Malária, reduzindo a necessidade de internação de pacientes.

O estudo de custo-efetividade da implantação do teste rápido da G6PD (Glicose-6-Fosfato Desidrogenase) é tema de um projeto de tese de doutorado que está sendo desenvolvido pelo aluno Henry Maia Peixoto, do programa de Doutorado em Medicina Tropical da UnB. O projeto tem orientação da pesquisadora Maria Regina Fernandes Oliveira (daquela instituição) e co-orientação do pesquisador Marcus Vinícius Guimarães de Lacerda, diretor de Ensino e Pesquisa da FMT/HVD. Estes dois dias de workshop serão uma oportunidade para discutir detalhes relacionados à coleta de dados, fontes de financiamento do projeto, entre outros aspectos da parceria entre as instituições de ensino e pesquisa envolvidas.

O tratamento padrão da Malária causada pelo Plasmodium vivax – a de maior prevalência na Amazônia brasileira – é basicamente ambulatorial e inclui a utilização de duas drogas: a Primaquina e a Cloroquina. No entanto, estudos apontam que, em pacientes com deficiência da G6PD, a utilização da Primaquina pode levar a quadro de anemia grave, com complicações que exigem a internação do paciente. A deficiência da G6PD é mais comum em homens e estima-se que 5% da população masculina apresente esta enzimopatia.

O pesquisador Marcus Lacerda frisa que, atualmente, nenhum país adota a triagem de pacientes com a deficiência da G6PD como parte do processo de diagnóstico da Malária. Os exames nesse sentido são realizados apenas quando há necessidade, já na fase de tratamento. De acordo com Lacerda, isto ocorre devido ao alto custo do procedimento, que precisa ser realizado em ambiente adequado (hoje restrito a laboratórios de referência).

A boa notícia é que o mercado internacional já está desenvolvendo um teste rápido para a detecção da deficiência da G6PD. “Uma das vantagens dos testes rápidos é que eles podem ser levados a qualquer lugar, sem a necessidade da estrutura de laboratório especializado”, destaca Marcus Lacerda. Segundo ele, a pesquisa desenvolvida pelo aluno de doutorado da UnB está se antecipando à chegada do teste rápido ao mercado brasileiro. “A proposta é estar com o estudo sobre a viabilidade financeira de adoção do teste pelo Sistema Único de Saúde pronto para apresentar ao Ministério da Saúde, quando o novo método chegar ao mercado nacional”, disse Lacerda.

Marcus Lacerda afirma que outro aspecto importante do workshop é o fortalecimento de mais uma linha de atuação das instituições locais de ensino e pesquisa. “A realização de estudos de custo-efetividade tem sido um campo pouco explorado na atuação de nossas instituições. Esses estudos são estratégicos para gestores no processo de tomada de decisões e é muito importante fomentar em nossos alunos e pesquisadores o conhecimento e a experiência com a realização desses estudos”, disse Lacerda.

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