Unidades de saúde terão ISO 9000

A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS) lançou o projeto de implantação do sistema ISO 9000 em suas unidades técnicas e administrativas e deu início à primeira atividade do processo de adequação às normas de qualidade com a Oficina de Sensibilização para Multiplicadores, da qual participaram cerca de 60 servidores e gestores da Fundação.

Durante o lançamento do projeto, que aconteceu na manhã de ontem no auditório do Parque de Exposições Angelino Beviláqua, o secretário estadual de Saúde, Wilson Alecrim, destacou que a FVS é uma das quatro unidades da Susam que deverão ser certificadas pelas normas ISO 9001, dentro dos próximos 14 meses. Ele explicou que a implantação do sistema ISO, tradicionalmente utilizado em empresas privadas, vai representar um grande avanço para os órgãos da rede pública de saúde. “Vamos ter maior controle sobre a qualidade das nossas atividades e vamos adotar instrumentos para medir os resultados de forma rotineira”.
Segundo Alecrim, a implantação de sistemas de qualidade no setor faz parte das ações de melhoria de gestão do Governo do Amazonas. O objetivo é aprimorar os serviços, prestar atendimento padronizado e, ainda, otimizar a aplicação dos recursos públicos, revertendo economias alcançadas em investimentos nas próprias unidades.
Além da FVS, a ISO 9000 deve ser implantada no Pronto-Socorro João Lúcio Pereira Machado, no Pronto-Socorro da Criança Zona Leste (Joãozinho) e na Central de Medicamentos do Amazonas (Cema).

No caso específico da FVS o assessoramento técnico para a implantação das normas ISO 9000 está sendo feito pela Fundação Sangue Nativo, ligada à Fundação Hemoam, primeiro órgão público de saúde a receber a certificação no Amazonas.

O diretor presidente da FVS, Evandro Melo, disse que a adequação a normas internacionais de qualidade é um passo importante para o órgão, criado há apenas dois anos. “É a melhor oportunidade para estabelecermos boas práticas de gestão e fazer com que o foco na qualidade faça parte da nossa cultura”, comentou. Segundo ele, esse processo vai gerar maior envolvimento dos funcionários e maior compromisso com os resultados do trabalho.

Processos de trabalho serão controlados
Várias etapas terão que ser cumpridas até a certificação da Fundação de Vigilância em Saúde, de acordo com Edinaldo Lira, coordenador da Fundação Sangue Nativo. “Depois desta etapa de esclarecimento e sensibilização, será montado um Comitê da Qualidade, formado por funcionários da própria instituição, para dar suporte à execução dos próximos passos”.

Em seguida, serão feitos treinamentos para formação de coordenadores do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), elaboração dos mapas de processo e instruções de trabalho, implantação dos processos, treinamento e formação de Auditores Internos do Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), planejamento e execução de auditoria interna, ações de pré-certificação, e finalmente, a Certificação pela Entidade Certificadora Contratada.

Todas as etapas irão envolver as equipes administrativas e das áreas técnicas de vigilância ambiental, vigilância epidemiológica e vigilância sanitária. Os processos de trabalho não serão modificados, de acordo com Edinaldo. “Vamos aprimorar o que já é feito em relação ao controle das doenças, estatísticas, prevenção, fiscalização e todas as outras atividades da FVS, visando padronização e qualidade”.

Governo quer melhoria da gestão

A implantação da ISO 9000 nos órgãos públicos estaduais está sendo coordenada pela Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), em parceria com as secretarias de estado. Segundo o coordenador da Comissão de Gestão da Seplan, Rodrigo Camelo, além da área de Saúde, irão incorporar os sistemas de qualidade baseado nas normas ISO a Comissão Geral de Licitação (CGL), a Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan), o Departamento Integrado de Operações de Segurança (Diops), o Instituto de Criminalística (IC), o Instituto Médico Legal (IML), o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e a Junta Comercial do Amazonas (Jucea).
A seleção dos primeiros órgãos para incorporar as normas ISO foi feito, segundo Camelo, a partir de avaliações técnicas e da orientação do Governo do Estado de priorizar as unidades que têm grande interface com a população ou que desenvolvem atividades de grande impacto na prestação de serviços ou no controle de recursos financeiros. Todas já passaram por um estudo inicial.
O assessoramento técnico das unidades deve ser feito por empresa especializada, a ser contratada após licitação. Camelo explica que o principal investimento para a implantação do sistema ISO é o assessoramento especializado. Mas eventuais melhorias na infra-estrutura podem ser feitas se representarem requisitos para a implantação ou melhoria dos processos. “Com a ISO, o Governo do Estado pretende profissionalizar cada vez mais a administração do nosso Estado”, garante.

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