Unidades incentivam doação de córneas

Equipes da Central Estadual de Transplantes e do Banco de Olhos do Amazonas, juntamente com as Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes e os ‘Amigos da Saúde’, estão, até a próxima sexta-feira, realizando diversas atividades nos principais hospitais e unidades de urgência de Manaus.

O objetivo é esclarecer sobre a doação de córneas e aumentar o número de captações para transplante no Amazonas. As atividades começaram nesta segunda-feira (22) e fazem parte da Semana de Doação de Córneas que acontece em comemoração ao Dia Nacional do Doador de Córneas (27 de setembro).

Funcionários e usuários da rede hospitalar da Secretaria de Estado da Saúde (Susam) são o principal foco da mobilização. “Ao longo da semana, as equipes irão distribuir folhetos explicativos e serão realizadas palestras e dinâmicas para sensibilizar as pessoas para a doação de córneas”, diz a oftalmologista Cristina Garrido, diretora do Banco de Olhos. Ela explica que desde 2004, quando o Banco foi implantado, já foram captadas mais de 400 córneas e 302 transplantes foram realizados em adultos e crianças. “No entanto, a lista de pacientes é dinâmica e, em média, existem 500 pessoas esperando por uma doação”.

Cristina Garrido explica que a doação das córneas pode ser feita até seis horas após o falecimento e que a autorização para a remoção do tecido é dada pela família. “É necessário que três familiares dêem a autorização por escrito”. Ela diz que por este motivo é importante manifestar em vida o desejo de ser doador. “A família não terá dúvidas e poderá decidir com segurança sobre a doação”.

A córnea é uma película transparente e delicada que fica na parte da frente do olho. Cristina Garrido esclarece que a retirada da córnea ou do globo ocular não modifica a aparência do corpo. Esse trabalho é feito por uma equipe do Banco, capacitada para a remoção do tecido. “Colocamos prótese para manter a anatomia”, explica. Além da córnea, a esclera (parte branca) pode ser transplantada, por exemplo, em casos de acidentes que comprometeram a estética do olho.

Cristina conta que a córnea pode ficar comprometida por doenças adquiridas, por ferimentos ou por defeitos de nascimento. “Nessas situações a córnea fica ‘nublada’ e provoca a perda total ou parcial da visão”. Para recuperar a capacidade de enxergar, só o transplante.
Após a retirada, as córneas podem ser preservadas por até 14 dias. Segundo a diretora, a escolha da pessoa que será beneficiada é feita pela ordem de prioridade e compatibilidade, seguindo Lista Única de Receptores. A inscrição na Lista é feita pelo médico que acompanha o paciente (receptor).

Cristina Garrido informa que as equipes do Banco podem ser acionadas a qualquer hora, inclusive à noite, nos finais de semana e feriados. O contato pode ser feito diretamente pelos familiares ou pela unidade de saúde onde ocorreu o óbito. No IML, o Banco de Olhos também mantém uma equipe de plantão.

De acordo com a diretora, o transplante ocorre por meio da fixação da nova córnea com fios muito finos e com a ajuda de um microscópio cirúrgico. A qualidade do tecido distribuída para transplante é garantida com testes para Hepatite B, C e HIV, feitos em amostras de sangue do doador.

A Semana de Doação de Órgãos será encerrada na sexta-feira (26), com um culto ecumênico, que será celebrado na Fundação Hospital Adriano Jorge, na Cachoeirinha, reunindo familiares de doadores e pacientes já beneficiados pelo transplante de córnea.
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